13/08/2007

Estresse momentâneo

Os personagens:

Sony DSC-W50
Centro de Porto Alegre
R$50,00

O enredo:

Fábio precisa de um novo cabo usb para passar suas fotos ao computador. Exatamente às 17h da tarde ele conclui sua pesquisa sobre preços na internet e ruma para o centro da província a procura do (mal)bendito cabo.

A História:


Ok. Imaginem pagar 180 moedinhas de um real por um cabo? Um simples cabo que não tem nem os filamentos de ouro. Que não tem nem a máquina de brinde (olha o preço dele!).
Eu não vou pagar este preço por um cabo! O que a querida atendente da autorizada da Sony me diz? - Não podemos lhe ajudar neste caso, tenha uma boa tarde!
Alternativas, alternativas!
O bom senso, a vontade de ajudar nunca brota num coração pueril de uma atendente de telefone escalada como técnica em cybershots. Ok. Ok. Todos nós sabemos como funciona estes atendimentos.
Mas e nossos amigos das lojas de informática? O que dizem a respeito sobre? Eles me mandaram ligar para a autorizada.

Oh, e agora quem poderá me ajudar?

Foi um colorado, mas não o Chapolin.

Um jovem atendente de uma loja muito conhecida no centro por ter tudo de tudo, sobre tudo, localizada na Alberto Bins, me falou que eu poderia achar este cabo nos camelôs por um preço muito mais em conta. Ele ainda me pede sigilo, para não comentar com ninguém com o próprio funcionário da loja dispensou um cliente por achar que a peça estava cara demais.

- O mundo não está perdido, ainda há pessoas honestas e que deixam o capitalismo de lado as vezes para ajudar um jovem estudande a achar seu cabo usb.
Adiantando o assunto, nos camelos eu descubro que este cabo ainda é novidade no mercado, e que não encontraria por menos de cem reais. Nada feito. Preciso de outro meio.

Adentro o centro da cidade, em busca de alguma alternativa. Eu sei da existência de um leitor de cartões de memorystick, descobri isto na minha pesquisa de preços antes da minha aventura pelo centro da província porto-alegrense. Eu passo por várias lojas, incluindo a famosa da Alberto Bins e outra grande que preciso citar o nome: Digimer (sem link, sem avisos, sem nada).
Nesta loja dois vendedores me ofereceram no lugar do leitor, o próprio cartão de memória. Até eu explicar o que era o cartão, eu ja estava igual a um primata apontando pro maldito na prateleira do balcão principal. Preço do brinquedo? Não menos do que 70 reais. Eu começo a pensar. É um negócio, era o que a moça da Sony poderia ter me aconselhado.

Ok. Se alí tem, em outros lugares tem também! Vou a procura. Quando me projeto para outra loja, ja a alguns metros do centro da mesma eu ouço uma conversa entre um senhor e uma atendente.
- Moça, preciso de alguma coisa que faça minha tv funcionar como monitor do computador.
- Pois não, qual seu nome por getileza? João! Muito prazer, sou Maria. Bom, o vocês poderá capturar tv em seu computador com essa placa de vídeo tal no valor de 349 reais. Esta é de ótima qualidade, mas temos esta outra que possui menos opções no valor de 148 reais.
- Moça, isso fara minha tv funcionar como monitor?

- Sim João. Mas o senhor precisará deste outro cabo adaptado para ligar sua placa em sua tv, no valor de 24 reais.
- Moça, isso tudo dá certo?
E a conversa segue. Eu saí dalí bufando, de raiva. Pois antes mesmo de eu me retirar o cara falou que tinha uma placa de vídeo GT alguma coisa, e isso significa uma placa BOA, muito BOA. E a mulher enrola o senhor que aparentava seus 60 anos carcomidos pela vida. O que ele precisava era de um cabo simples que eu mesmo comprei a alguns meses atrás por somente oito reais.
OITO = 8.

Bom, o problema é que eu fui embora sem falar com ninguém da loja e sem sequer avisar o senhor. Meu erro. Ele provavelmente desembolsou algun doláres a mais. Ainda nessa épica busca pelo tal cabo, que se tornou a busca pelo adaptador, eu vaguei por outras quatro lojas, com extrema dificuldade de explicar o que era o tal adaptador, que no Mercado Livre custa seus 19,90. Preço da oferta provinciana? De 100 até 60 reais. Ok, estou começando a gostar. Mas e os 19,90 do ML? Com nota fiscal ainda.

O mundo é cruel demais, minha mãe me liga e me lembra de comprar outro cabo para outra máquina. Mas este é facil, encontrei por trinta reais. Já sabia aonde comprar.
Ok. Já está tarde, 18h. Não vou comprar merda nenhuma, vou pra casa. E fui. E foi minha sorte, pois ela estava me aguardando.
Perto da minha parada de ônibus fica algumas lojinhas que vendem artigos de procedência duvidosa, e era alí que eu iria parar.

Cheguei em frente a um homem vestido com roupas batidas, barba mal feita, suas roupas de cores pastéis.

- Ei amigo, me ve um adaptador USB pra Stick Pro Duo da Sony?
- Hm, peraê.
- Ah, e me ve o cabo da Olympus antigona também.
- Quer um café?
- ...
- To indo buscar. Ja venho.


Em menos de 2 minutos. DOIS. O homem volta com as duas coisas. Embaladas, lacradas, lindas.

- É 80 pila tudo. E só o Duo não tem, tem esse que cabe alguns a mais q faço pra ti por 50 e o cabo da outra têm esse daqui que é original dela, 30.
- Bah, toma 40 e me dá só o Duo. Feito?
- Ta maluco?
- 45... Tenho que comer um cachorro quente ainda.
- Feito. Chorão.
- Ok. Boa noite! Veleu, tchau!


E me vou para casa com meu adaptador Pro Duo 33 em 1. - 45 Reais, por muito mais do que eu precisava. A maior sorte ainda, é que quando chego em casa, vou guardar minha máquina antiga Olympus e vejo aquele orifício me chamando. Eu fui. Conectei o cabo do Pro Duo Adapter na Olympus, no computador. - E ele começou a descarregar.
Tiro certo.
Fim do dia.

Vejam como um homem, velho, de aparência surrada, sem lugar fixo de trabalho, sabe mais do que um bando de atendentes de grandes lojas da capitaL. Com L.
Nossa província precisa de colonizadores, urgentemente. Precisamos da Revolta novamente.
Sobre a colonização, a que pé anda nossa dita Yeda? Paulista, cheia de marra, ogerizada por feijão-feijó.

Precisamos de mais honestida, amigos. Honestidade.

09/08/2007

S.A

Biajoni, jornalista que eu reconheço mal conhecer, escreveu uma das obras que eu posso considerar leitura necessária para qualquer aspirante a 'jornaleiro'. Uma leitura fácil, light até demais. Senhor 'B' usou somente as palavras necessárias, posso dizer que ele até usou uma peneira para coar algum exageiro que porventura fosse ocupar papel demais. Qual livro? Sexo Anal.

Me surpreendi nas primeiras linhas. O livro me foi indicado por minha namorada, logo achei que ele fosse talvez algum tipo de didática para o assunto. Uma indireta meiga, daquelas que só as mulheres sabem fazer. Que nada! Ela também se enganou. Sexo Anal me veio como um sopro de vida no jornalismo. Tratando, com obviedade, o sexo anal, ele tendencia para algo mais profundo que isso, o jornalismo, a famosa Imprensa Marrom.

Como disse, o texto rápido te direciona para a vida de Virgínia, uma jovem jornalista que se ve no meio de um problema com o dito S.A. Seu namorado, muito atencioso e todo o bla bla bla que envolve casais tem sua vida perturbada depois que ela o trai com o médico dela. Afora a novela paralela da vida pessoal deles, o livro mostra como o jornalismo pode corromper.

Agora não me vem a mente o nome do chefe do jornal aonde Virgínia trabalhava, mas ele é resposável pela trama jornalística. Ele consegue entrar no presídio e ter a história completa do suposto suicídio de um detento, que na verdade é esquartejado. A mídia local não poderia publicar a história verdadeira. Direitos Humanos, conhecem? Poisé, o tal chefe do jornal ainda por conhecer as 'mumunhas' da cidade ainda consegue uma audiência com o preso (antes d'ele ser morto) de antemão a outros jornalistas locais.

Como poucos sabem, o jornalismo é uma arma. Ambigua. Pode ser usada, infelizmente, pra tudo. Tudo mesmo, desde credênciais para shows até receitas de remédio. Acho que por agora, ainda se pode dizer que 'o caráter do jornalista é o anseio da sociedade'.

Sexo Anal, muito bom, saudável e divertido. Recomendo aos casais apaixonados.

05/08/2007

Deus ex machina!

Bastou uma fagulha, e cá estou. Acho que sou feito de alguma coisa volátil (...fagulha?).

O mundo é. O mundo se torna. O mundo ja não é mais.

O que acontece ja passou, o que vai acontecer não interessa pois já sabemos. O que aconteceu já aconteceu, portando o destino é o limbo. Essa cultura se agrava cada vez mais enquanto jornalistas andarem de tricículos em tele-jornal, enquanto fizeram dramatização de diálogo divulgados não-oficialmente e filmarem mães chorando por comida ganha em campanha política.

Dos poucos lugares que eu conheço pessoalmente, nossa littletown não se mostra visualmente inflamada. Ela se resume, me disculpem os geograficamente afastados, a um centro de não mais que 5km² de política, bares, teatros, centros de consumo e cultura. Nossa cidade é centralizada.

Alguém ja se entediou disso?

Viver em um lugar onde tudo praticamente acontece no mesmo lugar. Que chatice! Hoje em dia, eu me abrumo nos sentidos. Tudo que leio sobre apenas alguns anos atráz é de um outro mundo, um monto de embates, bate-bates também. Uma ambientação de inquietude, de revoltas de tudo que se vê (ou quase) hoje. Aonde estão as manifestações? Ninguém reclama dos carros que não param fora dos limites no semáforo. Dos garçons que pegam os copos pelo bocal dele. Dos políticos que não sabem mais para onde caminhar pois temem o precipitado rabo preso.
O Brasil vive.

Deus ex machina! (omg...)

Nesses acidentes de avião, alguém lembra do total desenrolar do outro avião, o do Legacy? O do acidente do metrô? Quantos já não falaram que nossa terrinha vive de susto em susto?
Que me perdoe as artes cênicas, mas essa frase me faz muito sentido. Mesmo eu usanto a parte anti-herói dela, eu a uso!
Quando tudo está perdido, surge o óleo que faz tudo deslizar, e nesse caso querido Nelson Jobim,
por acaso, a que pé andam as obras estruturais da malha aérea brasileira?